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Archive for fevereiro \23\-03:00 2011

When ideas have sex

Alguns dos posts que coloco aqui são fruto da necessidade que tenho de alimentar um blog corporativo quando o tema é inovação. A ideia deste post começou numa sexta-feira…

Acabei de voltar do almoço. E a semana insiste em não acabar. Reuniões para todo o lado. Tendências, redes sociais, ferramentas tecnológicas, socialminer, posicionamento mercadológico, inovação, agência conceito, cenários prospectivos. Cada reunião que participo gera novas reuniões. Parece coelho. Este mês ainda tem viagem a serviço. Como fica a logística da escola das crianças? Meus emails estão acumulando. Não consigo acompanhar o twitter #inovação. E na semana que vem ainda tem blog corporativo.

Uma vozinha fica martelando na minha cabeça: não vai começar a escrever o post de inovação da terça-feira? Mas como vou começar? Meu lado esquerdo do cérebro está a todo vapor. Será o o lado direito tá vivo?

Preciso escrever algo diferente. Mas o quê? Inovação está diretamente ligada à criatividade, mas no fundo tudo vira processo e o discurso se repete: é preciso inovar para se diferenciar e se manter competitivo no mercado.

E outra voz martela meus pensamentos: “Olha pra sua agenda; tá cheia de entregas previstas; cadê? Esqueceu das suas tarefas diárias? E essa sexta não acaba nunca…

Chega! Preciso tomar um café, conversar um pouco, trocar umas ideias. É isso!!!!!!! “Senta de novo, vamos lá!”

Lembrei de um vídeo que vi no TED: When Ideas Have Sex, do Matt Ridley. Numa tradução livre: Quando Ideias Fazem Sexo.

Lembrei ainda do post de uma colega no blog corporativo, sob o tema marketing: “Sexo para dar e vender”, com base na experiência do filme de “Pernas para o Ar”. Falar de sexo em um blog corporativo é certamente algo diferente, que foge à rotina e à tradição de um instituição bicentenária. Será que vale a pena repetir o “tema”? Era a chance de fazer diferente, mesmo sem ser pioneiro.

Machado Acheulian x Mouse

Em sua apresentação Matt parte da comparação de um machado Acheulian (que deve ter sido inventado há meio milhão  de anos) e um mouse (que possivelmente estará obsoleto daqui a cinco anos. A semelhança? Ambos foram feitos para caber na mão. A(s) diferença (s)?

São várias. Enquanto o machado é feito com uma única substância, o mouse é feito por diversas (plástico, silício, laser, etc). Além disso, o machado foi feito por uma única pessoa, enquanto ninguém sabe fazer o mouse. É isso mesmo. As pessoas sabem fazer partes do mouse. Uns sabem extrair petróleo, outros fazer o plástico, outros montar as peças, etc. E isso pode ser explicado por uma teoria econômica eternizada por Davi Ricardo em 1817: a teoria das vantagens comparativas… que trouxe a especialização… que trouxe a combinação … que trouxe a colaboração e o intercâmbio.

E é aqui que a ciência econômica se mistura com as ciências naturais, na teoria da evolução das espécies de Darwin. Como assim? Do ponto de vista biológico, é a fertilização cruzada que possibilita o melhoramento genético das espécies. Já me disseram que eu costumo ir levando o pensamento das pessoas até o assunto que eu quero falar. Então, pronto, chegamos no “quando as ideias fazem sexo”.

Pessoas e organizações que se fecham reduzem sua capacidade de inovar. É preciso cruzar as ideias individuais para melhorá-las. Por isso a diversidade (gênero, idade, cargo, área de conhecimento, etc) é uma das condições requeridas para o sucesso de equipes de inovação.

Na vanguarda desse pensamento de intercâmbio de ideias está o crowdsourcing. De acordo com a wikipédia, é um modelo de produção que utiliza a inteligência e os conhecimentos coletivos e voluntários espalhados pela internet para resolver problemas, criar conteúdo e soluções ou desenvolver novas tecnologias”.

Dentro do contexto deste post, o crowdsourcing poderia ser considerado uma “orgia” de ideias, podendo chegar ao ponto, inclusive, de ninguém saber quem foi o autor original da ideia.

Bem, assim como o sexo foi/é um tabu na sociedade, o crowdsourcing também o é para as organizações. Assim como o são as redes sociais. Para não me alongar ainda mais nesta reflexão, quero lembrar, com permissão dos leitores biólogos, um dos ensinamentos de  Darwin, no qual as espécies que sobreviverão serão aquelas que tiverem maior capacidade de adaptação ao meio em que vivem…

Até a próxima!

Categorias:Cultura, Ideias, Pessoas