Reflexões catequéticas à liturgia do 12º Domingo do Tempo Comum
1ª Leitura (Jó 38,1.8-11)
Salmo 106/107
2ª Leitura (2Cor 5,14-17)
Evangelho (Mc 4,35-41)
Tempestade e presença de Deus. Impossível não perceber esses temas na liturgia deste domingo. Talvez possamos unificá-los em um só: a presença de Deus durante as tempestades.
Na primeira leitura, do Livro de Jó, “O Senhor responde a Jó, do meio da tempestade …”. No Salmo: “Transformou a tempestade em bonança e as ondas do oceano se calaram”. No Evangelho: “Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: ‘Silêncio! Cala-te!’”.
“Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”, perguntavam-se os discípulos assustados. Ainda estamos no capítulo 4 do Evangelho de Marcos. Essa resposta só estaria mais clara mais adiante.
Mas, na segunda leitura, num texto que não fala de tempestades, Paulo vem nos mostrar que a pergunta “Quem é Jesus?” não pode estar separada do que Ele veio fazer: “De fato, Cristo morreu por todos, para que os vivos não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou”.
Não há como pensarmos em pensar em Cristologia sem pensarmos em Soteriologia. Porque o Filho, segunda pessoa da Santíssima Trindade, se encarnou para a nossa salvação.
Conscientes desses mistérios, da encarnação e da redenção, fica mais fácil meditarmos sobre a tempestade, seja ela na vida de cada um ou na barca, que pode estar representando a Igreja.
O Evangelho começa com um chamado de Jesus: “Vamos passar para a outra margem”. Cada um precisará fazer suas passagens para a outra margem. Sim, são várias. E Jesus sabe a hora. Às vezes estaremos atentos a essa voz que nos convida. Mas nem sempre. Haverá ocasiões que, quando nos dermos conta, estaremos dentro da barca, no meio da tempestade. Cabe-nos procurar o Jesus, que aparentemente está dormindo, na fé e na oração humilde, ao contrário dos discípulos que, naquele momento, queriam que Jesus fizesse a vontade deles.
Uma coisa é importante perceber. A tempestade nem sempre estará do lado de fora. Essa é fácil de identificar. O complicado é quando a tempestade é interna, quando o mar revolto é dentro de cada um, quando estamos nos afogando com o nosso próprio pecado.
Fiquemos atentos! O “Silêncio! Cala-te!” está sendo dirigido a mim e a você. É o momento de se recolher, entrar em oração e responder à pergunta “Ainda não tendes fé?”.
Que o Senhor nos abençoe para podermos proclamar tal qual Pedro o faz mais adiante: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”.
Finalizo aqui usando a mensagem final de São Paulo na segunda leitura: “Portanto, se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo”.
“Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no Vosso Amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém” (Oração do Dia)